O que é uma análise do poema ' Rima LIII ' de Gustavo Adolfo Bécquer?


Melhor resposta

Gosto da tradução de Snavely, que colei abaixo do espanhol. Eu o analisaria de três ângulos.

Por um lado, ele captura a verdade de que cada momento, cada amor, cada experiência é verdadeiramente única e nunca mais voltará. A vantagem do amor romantizado é que ele é realmente único. A desvantagem é que, sendo verdadeiramente único, geralmente é efêmero, como andorinhas esvoaçando.

Por outro lado, penso em quando Bécquer viveu: a Espanha nos anos 1800. Embora tenha passado da Idade Média, pode ser interessante notar que a Europa tinha uma tradição literária medieval que enfatizava o “amor cortês” – idealista, romantizado, cavalheiresco e assim por diante. Ainda vemos esses elementos em tudo, de Shakespeare a canções de amor modernas (às vezes chamadas de “canções de tocha” pelos músicos).

Por outro lado, posso interpretá-lo como um tanto vaidoso, vaidoso e presunçoso – um comentar sobre como, quando nós, humanos, nos apaixonamos e nossos cérebros são inundados pela mistura certa de neuroquímicos, temos certos em nosso âmago de que ninguém jamais amado assim antes ou nunca será novamente. Bécquer chega a comparar seu amor a um ato de adoração a Deus, uma espécie de amor exagerado não incomum na poesia europeia da época. (O poema me lembra a esse respeito pelo hit “Rock Me Gently” de Andy Kim dos anos 1970 e tantas outras canções “tocch”.)

Bécquer pode ter sido sincero ao acreditar que seu amor era único e nada parecido jamais seria experimentado pela mulher (ou homem? – o sexo da pessoa amada não foi especificado) novamente. Ou ele pode ter sido satírico, sabendo que estar apaixonado se infla na natureza humana. (Compare com “As Sete Idades do Homem” de Shakespeare quando ele escreve “… e então o amante suspirando como uma fornalha …” usando uma metáfora muito mecânica para o estado exaltado de estar apaixonado. Então Bécquer estava sendo satírico? Eu não sei . Não li o suficiente sobre ele ou sua história para saber.

Nesse ínterim, termino com um ditado que me disseram que vem de uma cultura polinésia e pode servir como conselho para os apaixonados: “Um o amor cura o outro. ”

RIMA LIII

Volverán las oscuras golondrinas

en tu balcón sus nidos a colgar,

y otra vez con el ala a sus cristales

jugando llamarán.

Pero aquellas que el vuelo refrenaban

tu hermosura y mi dicha a contemplar,

aquellas que aprendieron nuestros nombres …

¡esas… no volverán!

Volverán las tupidas madreselvas

de tu jardín las tapias a escalar,

y otra vez a la tarde aún más hermosas

sus flores se abrir.

Pero aquellas, cuajadas de r ocío

cuyas gotas mirábamos temblar

y caer como lágrimas del día …

¡esas … no volverán!

Volverán del amor en tus oídos

las palabras ardientes a sonar;

tu corazón de su profundo sueño

tal vez despertará.

Pero mudo y absorto y de rodillas

como se adora a Dios ante su altar,

como yo te he querido …; desengáñate,

¡así … no te querrán!

—Gustavo Adolfo Bécquer

As Andorinhas Negras

As andorinhas negras voltarão novamente

para pendurar seus ninhos na sua varanda,

novamente suas asas baterão suavemente na vidraça,

chamando de brincadeira.

Mas aqueles que pararam por um momento em seu vôo

para ver a tua beleza e a minha felicidade,

aqueles que aprenderam a cantar os nossos nomes …

eles … não vão voltar!

Aglomerados grossos de madressilva, ao seu jardim retornará,

mais adorável do que nunca,

escalando as paredes de tijolos de barro, à tarde,

suas flores perfumadas abertas por completo.

Mas aqueles que foram cobertos com pesadas gotas de orvalho,

que vimos tremer e cair,

como lágrimas diurnas …

eles … não vão voltar!

O amor, mais uma vez, vai voltar

a soar com sussurros ardentes em seus ouvidos;

de novo, talvez, seu coração

ser despertado de um sono lânguido.

Mas silencioso, absorta e ajoelhada com carinho,

como Deus é adorado diante de seu altar,

amei você, querido … não se iluda,

ame assim … não vai voltar!

—Traduzido por Robert Lincoln Snavely

RIMA LIII

Resposta

É muito poema simples sobre o amor.

O poema se refere ao fato de que o amor volta (na forma daquelas “oscuras golondrinas”, “tupidas madreselvas”, etc) mas será um amor diferente. A metáfora é bastante adequada: os pássaros voltam para uma certa cidade, as folhas crescem novamente em uma velha árvore, mas não são os mesmos pássaros nem as mesmas folhas. Da mesma forma, diz Becquer, o amor volta para a pessoa, mas de uma maneira diferente.

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *